
Um texto muito sugestivo, com uma escrita brilhante, inteligente e arrebatadora.Neste magnífico livro, Laura Esquivel mostra-nos toda a pujança da sua criatividade.
É passado em 2200, numa época em que os CD estão submetidos a um rigoroso controlo, e proibidos nalguns casos, pois as pessoas podem revisitar as suas vidas anteriores escutando determinadas peças de música.
O livro é acompanhado por um CD que contém fragmentos de óperas de Puccini e canções populares, que devem ser ouvidos em determinados momentos da leitura. Possui também ilustrações de Miguelanxo Prado, que de tempos a tempos transformam em imagens o desenrolar da própria história e que constituem factores de enriquecimento de uma obra que se apresenta como o primeiro romance “multimedia” da história da literatura.
Neste dia 1 de Janeiro, Dia Mundial da Paz, é a minha sugestão de leitura para o primeiro mês de 2007...
Laura Esquivel nasceu na Cidade do México a 30 de Setembro de 1950. Começou por ser professora e escreveu obras de teatro para a infância. Revela-se primeiro como guionista de cinema com Guido Guán e Tacos de Oro, 1985, nomeado pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas para o Prémio Ariel. Manteve a actividade de guionista até publicar o seu primeiro romance Como Água para Chocolate que obteve êxito internacional – traduzido em 35 línguas, e adaptado ao cinema. Vendeu mais de 3600000 exemplares, o que valeu a Laura Esquivel, em 1994, o ABBY (American Booksellers of the Year), pela primeira vez atribuído a um escritor estrangeiro.
Laura Esquivel nasceu na Cidade do México a 30 de Setembro de 1950. Começou por ser professora e escreveu obras de teatro para a infância. Revela-se primeiro como guionista de cinema com Guido Guán e Tacos de Oro, 1985, nomeado pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas para o Prémio Ariel. Manteve a actividade de guionista até publicar o seu primeiro romance Como Água para Chocolate que obteve êxito internacional – traduzido em 35 línguas, e adaptado ao cinema. Vendeu mais de 3600000 exemplares, o que valeu a Laura Esquivel, em 1994, o ABBY (American Booksellers of the Year), pela primeira vez atribuído a um escritor estrangeiro.
“O aerofone do doutor Diez não autorizou a entrada de Azucena. Isto era um indício de que o doutor estava ocupado com algum paciente e o deixara bloqueado. Azucena, então, não teve outro remédio senão entrar primeiro para o seu escritório para dali ligar para o seu vizinho de consultório e marcar um encontro como devia ser. Realmente não fez nada bem em marcar directamente o número aerofónico do doutor. Era uma tremenda falta de educação apresentar-se numa casa ou num escritório sem se ter apresentado antecipadamente, mas Azuzena estava tão desesperada que passava por cima dessas mínimas regras de cortesia. É claro que era para isso que servia a tecnologia, para impedir que os bons costumes fossem esquecidos. Azuzena, portanto, viu-se forçada a comportar-se de forma civilizada. Enquanto esperava que a porta do seu escritório se abrisse, pensou que há males que vêm por bem, pois há uma semana que não ia ao seu consultório e d certeza que teria uma infinidade de telefonemas de todos os pacientes que ela abandonara.
A primeira coisa que ouviu assim que a porta do aerofone se abriu foi um “Que pouca vergonha!” colectivo. Azucena começou por se surprender, mas depois entristeceu-se muito. As suas plantas tinham estado sete dias sem água e tinham todo o direito de a receber daquela maneira. Azucena costumava deixá-las ligadas ao plantofalante, um computador que traduzia em palavras as suas emissões eléctricas, pois ela gostava de chegar ao trabalho e que as suas plantas lhe dessem as boas vindas.
Geralmente as suas plantas eram muito decentes e carinhosas. Mais ainda, nunca antes a tinham insultado. Agora Azucena não as censurava; se havia alguém que soubesse a raiva que dava ficar à espera. era ela. Deitou-lhes logo água. Enquanto o fazia, pediu-lhes mil desculpas, cantou-lhes e acariciou-as como se fosse ela própria a ser consolada. As plantas acalmaram-se e começaram a ronronar de prazer.”
In A Lei do Amor, Laura Esquivel, tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, ilustrações de Miguelanxo Prado, Edições ASA, 15ª Edição Setembro de 2004 (pag 41/42)
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