segunda-feira, junho 30, 2008

Encontro em Lisboa, leitura de Julho

No Verão de 1940 em plena II Guerra Mundial, Jack Teller, um duplo, acompanha a sua grande amiga e famosa estrela de Hollywood Lili Stern, a Lisboa para a ajudar a procurar a sua amiga de infância, Eva Lange. A Europa está sob o jugo nazi e acreditam que Eva esteja escondida por entre os milhares de refugiados desesperados que diariamente chegavam a Lisboa. Jack não é o único no seu encalço… O melhor detective de Hollywood, Eddie Grimes, encarregado do mesmo é encontrado morto. Em vez de respostas, Jack põe a descoberto uma série de mistérios que vão desde os clubes nocturnos do Estoril - convivendo com gente da alta finança e da polícia política e com Eduardo, duque de Windsor, e a sua mulher, Wallis Simpson - até às ruelas húmidas e perigosas de Lisboa. Jack faz descobertas que o levam às avenidas arriscadas de Paris, onde os seus actos podem mudar o curso da guerra. Encontro em Lisboa evoca tempos de terror e incerteza, e coloca Tom Gabbay entre os melhores escritores policiais da actualidade conforme as críticas. ”Uma obra-prima de espionagem, comparável ao melhor de John le Carré, Ken Follet ou Robert Ludlum.”, Barnes & Noble Review. “De vez em quando surge um autor com voz segura e forte e com uma capacidade inata de contar uma história e de prender o leitor até à última página. Tom Gabbay é seguramente um deles.”, New York Times. É uma sugestão de leitura diferente, um fantástico romance policial em grande parte passado em Lisboa que li com avidez.
Começa assim:
“Na popa, a olhar para o passado, no meu posto solitário do convés de recreio, acendi um Lucky, debrucei-me sobre a grade limpa, branca, e observei o último salpico carmesim derramado pelo horizonte ocidental. Eram 21h 17, hora médio-atlântica. Por esta altura em Hollywood estariam a despachar os almoços executivos e a esconderem-se atrás dos óculos de sol assim que saíssem para o calor ofuscante da tarde. Senti uma pontada de remorsos. Tinseltown não era um local tão bom como se dizia, de modo algum, mas proporcionara-me bons momentos e ir-me embora nunca estivera nos meus planos. Disse a mim mesmo que era apenas uma retirada estratégica, mas lá no fundo acho que sabia que o bem-bom tinha acabado. Claro que a culpa era minha.”
Encontro em Lisboa, Tom Gabbay, tradução de Carla Morais Pires, CASA DAS LETRAS, Abril de 2008.
BOA LEITURA!
BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!!

sexta-feira, junho 27, 2008

A menina que silenciou o Mundo por 5 minutos


Sem palavras deixo-vos este desafio... Não, efectivamente não encontro palavras só um silêncio ensurdecedor que nos rodeia... Definitivamente não encontro palavras. Pouco ou muito, alguns pretendem entender...Todos esperam, mas ninguém cede! Indiscutivelmente não tenho palavras… O artigo será construído pelos vossos comentários...

Da querida TiBéu, amiga do lado de lá da tela desde 2006, recebi este mimo que será distribuído por todos quantos construam este artigo com os seus comentários...
BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!

segunda-feira, junho 23, 2008

Na noite de S. João...

Na noite de S .João
vamos todos p’ra folia
lá vamos mão na mão
para a festa até ser dia.
As saias, lançadas
por ancas brejeiras,
voam desgarradas
no ardor da fogueira…
Pernas torneadas,
são belas de ver.
Não param, não cansam;
e pulam, e dançam
sem esmorecer…
Lançou - se um balão!
Dou-te um manjerico…
Quero a tua mão,
lá no bailarico.
Os moços ligeiros,
são leves, nervosos…
Têm olhos matreiros
e jeitos dengosos...


As faces, em todos,
reluzem prazer
honestos os modos,
e os corpos a arder…
Os braços se erguem,
em arco no ar
repuxam, emergem
os peitos a arfar...


Vai tudo em remoinho,
tudo em rodopio.
São alhos, são cravos,
e pernas... e braços.
Lá vão pés a fio
Grande é a alegria.
Rapazes dançai !
E moças também.
A noite gozai...!
Que o dia, lá vem!
BOM S. JOÃO!
BEIJOS
Imagens "roubadas" na net...
Texto "reciclado" dos arquivos...

terça-feira, junho 17, 2008

carta a uma amiga avó como eu...

Quando nos encontramos, a nossa cumplicidade concede-nos bons momentos e gargalhadas que provam que continuamos aquelas miúdas ruidosas e coloridas de há uns bons anos.
Podemos chegar aos encontros com formalidades e regras, coisas que sempre nos pareceram inúteis, mas no fundo de cada pupila, continua a brilhar a rapariga que fomos... essas apaixonadas, que se estreavam como mães e viam o futuro como uma praia imensa, recheada de frutos e delicias que hoje partilhamos com os netos...
Éramos lindas, brilhantes, como um grupo de esvoaçantes borboletas.
Agora, estiramos as pernas e caímos extenuadas na cadeira do café antes de escolher o restaurante… ou deixamo-nos ficar por casa... Cansamo-nos de andar às compras, não vamos à ginástica, desacreditamos o amor romântico, rimos da infantilidade e fragilidade dos homens por baixo da sua capa de mordacidade… Conhecemo-nos do direito e do avesso, e já não nos surpreendemos com aquelas coisas que antes nos desorbitavam os olhos. ..
Parecemos mais calmas… mera aparência… e as aparências iludem...
Não somos presas fáceis para o tempo!
Acredito que chegaremos a velhinhas enrugadas como múmias, com aquele brilhozinho nos olhos de orgulho pelos nossos muitos “pecados”.
PARA TI UM BEIJO MEU!
BEIJOS!!

quinta-feira, junho 12, 2008

Já não sei...

Já não sei
se me atormenta
a tormenta
ou se me turva
o olhar
se te vejo
ou não te vejo
se tenho o que esperar
e já não espero...
Já não sei
se me atormento
ou se me atormenta
a tormenta.
BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!

segunda-feira, junho 09, 2008

Guernica a três dimensões

A Guerra Civil de Espanha (1936-1939) foi o pródomo da II Guerra Mundial, e nela se travou a primeira batalha contra as ideologias fascistas e nazis mas que foi perdida. Os nacionalistas de Franco, apoiados por Hitler e Mussolini, venceram os Republicanos.
Era 2ª feira, dia de feira na pequena cidade de Guernica no País Basco. Dos arredores chegavam às suas ruas estreitas os camponeses do vale, que traziam os seus produtos para o grande encontro semanal. A praça estava bastante movimentada quando, faltavam 15 minutos para as cinco da tarde, os sinos começaram a tocar a rebate para avisar de mais uma incursão aérea dos aviões Condor. Até aquele dia - 26 de Abril de 1937Guernica um centro de comunicações próximo da linha da frente, não era considerada de grande significado militar, e estava habituada a vê-los passar em direcção a alvos mais importantes em Bilbao. Mas naquela 2ª feira tudo foi diferente. O primeiro grupo de Heinkels-11 despejou as suas bombas sobre a pequena cidade e durante 2 horas e 45 minutos os moradores viram o inferno desabar sobre eles. Desesperados saíram para os arredores e as rajadas de metralhadora disparadas pelos caças mataram-nos de uma forma devastadora. No fim do bombardeamento contaram-se 1.654 mortos e 889 feridos, numa população de cerca de 7 mil habitantes. Cerca de 40% foram mortos ou atingidos. O centro da cidade foi totalmente destruído, com as ruas e praças envoltas em chamas, dado a maior parte das suas construções serem de madeira. Só 10% das construções não sofreram danos.
A reacção internacional a este ataque gratuito sobre alvos civis não se fez esperar e a maioria dos orgãos de imprensa internacional pediu a punição pelo sucedido.

Pablo Picasso, exilado em Paris, pintava a tela a que deu o nome de Guernica em memória da cidade dizimada.
Agora, desliguem o som e vejam o vídeo.


BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!!

quinta-feira, junho 05, 2008

Auto - análise...

Não sei o que para mim é mais difícil:
Se aceitar-me
(com as limitações de criatura imperfeita,
obra inacabada desse Deus ?
que, ainda in útero,
nos deu um cinzel invisível
para nos fazermos à vida
e a tarefa árdua de a moldarmos
inconformados até ao fim…)
ou aceitar a minha realidade…
E isso parece-me ser o pior...
Dói isto de me olhar ao espelho!
E para me ver
uso um espelho
que me descobre por dentro
sem se interessar
pelo que tem à sua frente...
( olhar confiante,
sorriso de lua minguante)
...que me mostra
pensativa e cansada,
às vezes chorona
e por vezes, frágil...
... eu (eu) frágil, frágil, frágil, frágil, frágil
suspiro uma e outra vez…
Não me agrada nada sentir-me assím
aceitar a minha imagem
que me parece inaceitável
porque não gosto do que vejo
estou cansada
dos meus monólogos
e dos meus monossílabos
porque quero diálogos
palavras sussurradas;
quero vida
vida?
Vida!
O que abarcam os meus olhos
o que sinto em cada um de meus poros
nos meus cinco sentidos
no meu corpo que resiste
aos embates da desintegração
mas o que encontro
o que desenterro
dos confins da minha insónia
são sinais de desesperança
de cansaço
de rebeldia adormecida
será uma recaída?
...enquanto averiguo
descubro que este Verão
também se pode pintar de azul
como a imensidão do mar
e o ronronar dos gatos...


PARA TI UM BEIJO MEU!
BEIJOS!!

domingo, junho 01, 2008

Sapatos de Rebuçado, leitura de Junho

Quem não se lembra de Juliette Binoche na sua brilhante interpretação de Vianne Rocher na adaptação ao cinema de CHOCOLATE de Joanne Harris? A autora regressa ao seu mundo encantado em SAPATOS DE REBUÇADO. Vianne foge com Anouk de Lansquenet-sur-Tannes e refugiam-se em Paris com novas identidades Yanne e Annie e a pequena Rosette a sua filha especial, entretanto nascida. As três vivem uma vida simples e feliz em Montmartre por cima da pequena loja de chocolates de bairro que está a gerir. A sua vida mudou radicalmente. Não há nada fora de comum que as destaque dos outros moradores. Conhece Thierry um homem mais velho, um amigo que se apaixona por ela, e lhe propõe casamento. Tudo parece correr em perfeita harmonia até à chegada de Zozie de l’Alba, a mulher com sapatos de rebuçado, linda e sedutora e que usa todos os “poderes” de Vianne que conhecemos, e que Yanne parece ter esquecido… Estabelecem grande amizade mas Zozie, tem os seus próprios planos… apoderar-se a pouco e pouco da vida de Yanne, e do mundo que ela criou. Com tudo o que ama em jogo, Vianne vê-se obrigada a escolher entre fugir como fez tantas outras vezes, ou enfrentar os seu pior medo, ela própria! Um livro que com toda a certeza veremos adaptado ao cinema! A magia continua… incluindo o aparecimento de Roux…
Começa assim:


Quarta –feira dia 31 de Outubro
Dia de Los Muertos

É relativamente pouco conhecido o facto de, num único ano, serem enviados a pessoas que morreram cerca de vinte milhões de cartas. As pessoas – viúvas desoladas e presumíveis herdeiros – esquecem-se de suspender o envio de correios, por isso, as assinaturas de revistas não são canceladas, os amigos distantes não são avisados, as quotas de bibliotecas ficam por pagar. São vinte milhões de circulares, de extractos bancários, de cartões de crédito, de cartas de amor, de lixo postal, de cartões de felicitações, mexericos e contas, que caem diariamente nos tapetes de entrada ou no soalho, atirados, displicentemente através de grades, enfiados em caixas de correio, acumulados em vãos de escada, abandonados nos degraus e nos vestíbulos, sem nunca chegarem às mãos dos destinatários. Os mortos não se importam. Mas o mais importante é que os vivos também não. Ao vivos preocupam-se apenas com banalidades, completamente alheios a que, muito perto deles está a acontecer um milagre. Os mortos estão a regressar à vida.
Não é preciso muito para ressuscitar os mortos. Uma ou duas contas; um nome, um código postal; nada que não possamos encontrar num velho caixote do lixo, rasgado (talvez por raposas) e deixado como um presente nos degraus da porta da rua.
Espero ter-vos aliciado a ler... Pessoalmente aguardo a sua adaptação na esperança que Juliette Binoche dê corpo a Yanne...

Sapatos de Rebuçado, Joanne Harris, ASA Editores, SA, Novembro de 2007
BOA LEITURA!
BEIJO MEU PATA TI!
BEIJOS!!!