quarta-feira, maio 28, 2008

Entre o sentir e o olhar...

Para lá do olhar... palavras…
profundos silêncios
o comodismo de uma lúcida solidão.
Na penumbra... o pensamento é teu ...
meu corpo reconhece a tua voz
nas estrelas revejo teus olhos
meus lábios cúmplices dos teus.
Entre o sentir e o olhar,
no abismo da ausência
as tuas mãos inquietas
despem minhas palavras...
O murmúrio das recordações
beija a tua existência velada.
Os dedos da nostalgia, hábeis guias,
estendem-se nos véus do horizonte
onde tua imagem recorta o infinito.
Deito-me comigo… adormeço-me.
Cubro-me com a nudez da tua ausência,
que abraça teu corpo ao meu.

PARA TI, UM BEIJO MEU!
BEIJOS!!!

segunda-feira, maio 26, 2008

O que sei eu...?

Hoje, mandaram-me um e-mail entitulado: "Sei..."! Lembrei-me da célebre exclamação de Sócrates: "Só sei que nada sei". Como é profunda e verdadeira esta conhecida frase, sujeita às mais diversas interpretações e que levanta numerosas questões. Uma pessoa que diz que sabe que nada sabe, no mínimo sabe que nada sabe, portanto sabe alguma coisa e se sabe alguma coisa, não pode não saber nada... Por outro lado, nada é nada... E se nada é nada, e Sócrates disse que só sabe nada, é porque na sua realidade ele nada sabe. É claro que foi uma belíssima força de expressão… é óbvio que ele sabia muita coisa, muito mais do que certas cabecinhas da época que procuravam não saber ou tinham interesse que ninguém soubesse (engraçado que passados milénios nada mudou!). Sócrates deve ter dito esta frase quando olhou o infinito do céu ou a imensidão do mar. Se o fizermos veremos que não sabemos nada perto da imensidão do infinito. Já é uma incoerência dizer "imensidão"... não tem sentido a tentativa de colocar uma medida no imensurável... É como querer medir o Amor...: "O meu amor por ti é enorme"… Conhecem algum padrão de medida para o amor? O amor pode medir-se?! Vive. aprende, pensa. ama, e nunca pares de aprender pois sabemos que nada sabemos, mas podemos aprender a saber mais em cada instante… Sente! Deixa e permite-te amar. Nessa altura estarás a saber muito mais do que pensas!

BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!!

quinta-feira, maio 22, 2008

O som da brisa...

Brisa breve numa flor
brisa fresca do mar
brisa terna nos teus sonhos
brisa morna numa noite de estio
brisa serrana com perfume a rosmaninho.
Brisa dos meus segredos no teu coração
brisa forte de gemidos e lamentos
da força viva dos meus sentimentos.
Brisa que toca teus lábios
quando digo teu nome.
Brisa de carícias a prender os sentidos
brisa oprimida pela distância
entre ondas e mágicas espumas
das nuvens que nos separam.


UM BEIJO MEU SOPRADO NA BRISA!
BEIJOS!!

domingo, maio 18, 2008

Esboço...

Sorriso doce... olhos verdes inquietos... silêncios cúmplices... um segredo. Silêncio e mistério naufragam na tua alma de marinheiro... aventureiro que navega para lá do sol… que musas conquistam o teu coração? que flor resiste a tanto sentimento? Não tem nome… não tem morada… tem o mar e o nada como par… Fome de vida, amor e paixão... Astro brilhante nos céus imensos... não há lua que apague a tua presença… Voa alto, mostra teu ser... entre a Primavera e o Outono a chegar.

PARA TI UM BEIJO MEU!
BEIJOS!!!

quarta-feira, maio 14, 2008

Poção mágica...

Guardar nas minhas mãos
o sorriso mais rasgado,
o mais sentido,
deixar pousar …
No tempo... no silêncio
no agradecimento
mais profundo.
Colher do mais fundo da alma
uma palavra…uma emoção
uma memória terna.
Cozinhar em fogo lento.
Servir e dizer
bem haja
à volta de uma mesa.
BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!!

domingo, maio 11, 2008

Gala de Prémios

Este campo é um espaço de tempo, vontades, ritmo para escrever... que por vezes caminha lentamente, na busca da direcção certa… É um prazer poder partilhar algumas ideias, partilhar gestos amáveis e ocarinho que se sente, a cumplicidade que se encontra por aí, sem nada pedir em troca, neste caso presentes, virtuais, que assim se tornam reais... Sabemo-nos rodeados por outros que nos dão importância, nos ouvem, nos consolam quando precisamos e fazem-nos companhia.
É sempre agradável embora por vezes embaraçoso receber mimos e atenções, prémios e distinções que me deixam emocionada… Tenho uma série deles atrasados e chegou o dia de falar deles.
São prémios à amizade, ao compromisso de continuarmos unidos, de continuarmos a ler-nos e a compartilhar as nossas palavras, ideias, vidas e sonhos. ..

A Elvira com a generosidade que lhe é peculiar diz que... Da querida Tibeu que faz o favor de ser minha amiga recebi estes dois prémios.









A Sophiamar do blog A VER O MAR atribui-me este belíssimo prémio.

A Renda, a Carminda, a Lisa, a Manuela, a Meg , a Su , o Pena e o Gui , são amigos do coração que me brindaram com todos os prémios que se seguem
Neste tempo que vivemos em que os valores são cada vez mais escassos a violência é premiada, e a indiferença ganha dia a dia maior projecção, há pessoas que não se dão por vencidas e através das palavras lutam na defesa da justiça, da verdade, da amizade e da paz!




A todos o meu BEM HAJA! Todos os amigos que me comentaram neste mês de Maio estão nomeados!

BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!!

terça-feira, maio 06, 2008

Por trás da janela...

Antes que as palavras se acabem
a noite caia nas páginas do meu corpo
folheia-me… lê as notas do meu silêncio...
Escuta a voz que grita a tua ausência
adormeço a saudade… sem diminuir a distância…
Antes que a noite se desvaneça
toma conta dos meus desassossegos
não quero disfarces ou o coração mascarado
Não me perguntes pelo caminho ou rumo,
e toma-me em teus braços…
Antes que nenhuma palavra reste
enche de música o silêncio da minha alma
traz-me o brilho das cores, em gestos e carícias…
abre a alma ao brilho do olhar
Amordaço a saudade, a espera, o desejo!
Afasta da minha boca a tormenta
de viver sem sentir teus beijos.
BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!!

sexta-feira, maio 02, 2008

A SOMA DOS DIAS, leitura de Maio

Isabel Allende nasceu em Lima no Peru em 1942, mas tem a nacionalidade chilena. Trabalhou como jornalista desde os 17 anos e abandona o seu país depois do golpe militar de Pinochet.
Adoro a sua escrita, e li a sua última obra A SOMA DOS DIAS com avidez, e em permanente estado de encantamento.
A obra está entre a memória e autobiografia e conta-nos a história da sua família, a sua “tribo” como ela lhe chama, no período que se segue à morte da sua filha Paula. Começa quando a família se reúne na cerimónia de espalhar as cinzas de Paula e desenvolve-se como uma carta que lhe é dirigida, onde sua mãe lhe vai contando o que acontece após a sua morte à família e a todos os amigos mais íntimos que se reúnem na sua casa da Califórnia, uma casa aberta sempre cheia de gente e personagens que fazem parte da “tribo”. É uma viagem pelas suas mais profundas emoções, recheada de êxitos e sofrimento, encontros, amores, divórcios, crises matrimoniais em que a própria autora é a protagonista.
É um romance baseado na sua história pessoal, a história de amor de uma mulher e um homem maduros que ultrapassam juntos períodos de grande sofrimento sem perderem a paixão e o profundo humor.
Neste sua última obra descobrimos como nasceram os seus anteriores romances e somos envolvidos no seu quotidiano. Emocionei-me, ri-me, e a minha admiração por Isabel Allende saiu reforçada. Começa assim:

“Não falta drama à minha vida, tenho verdadeiras histórias de circo para contar, mas seja como for o dia 7 de Janeiro encontra-me ansiosa. Esta noite não consegui dormir. Fomos assolados pela tempestade. O vento rugia entre os carvalhos e golpeava as janelas da casa, no culminar do dilúvio bíblico das últimas semanas. Houve inundações nalguns bairros do condado. Os bombeiros não conseguiram dar resposta a tão colossal desastre e os vizinhos vieram para a rua, com a água até à cintura, na tentativa de salvarem alguma coisa da investida da corrente. Nas avenidas principais navegavam móveis e sobre os tejadilhos de alguns carros parcialmente submersos viam-se cães transtornados à espera que aparecessem os donos, enquanto os repórteres captavam dos helicópteros as cenas deste Inverno na Califórnia, que mais parecia um furacão da Louisiana Nalguns bairros os carros não puderam circular durante vários dias, e quando por fim parou de chover e se percebeu a magnitude dos estragos mandaram vir autênticos bandos de imigrantes da América Latina, que iniciaram a tarefa de extrair a água com bombas e remover os escombros à mão. A nossa casa, alcandorada numa colina, é açoitada de frente pelo vento, que dobra as palmeiras e por vezes arranca pela raiz as árvores mais orgulhosas, aquelas que não dobram a cerviz, mas fica a salvo de inundações. Às vezes, no auge dos vendavais, levantam-se ondas caprichosas que cobrem o nosso único caminho de acesso. Nessas alturas, aprisionados, observamos de cima o espectáculo da baía enfurecida.”
A SOMA DOS DIAS, Isabel Allende, DIFEL, Difusão Editorial, SA, Outubro de 2007

Boa Leitura!

BEIJOS!