sábado, setembro 30, 2006

A Promessa do Anjo, leitura de Outubro...


A Promessa do Anjo é fruto de um trabalho de três anos, escrito por dois autores franceses apaixonados pelo Mont-Saint-Michel... Frédéric Lenoir, 42 anos, editor, filósofo, sociólogo das religiões, jornalista e escritor, autor de vários ensaios e Violette Cabesos, 35 anos, escritora. A Promessa do Anjo é a segunda experiência na área do romance para ambos. Eles próprios, o definem como um romance histórico, uma aventura, uma história de amor.
Foi merecedora do prestigioso «Prix des Maisons de la Presse 2004» e manteve-se durante quase um ano sem interrupção nos tops em França.
Uma rocha na costa da Normandia açoitada pelas tempestades, um lugar de cultos primitivos celtas que foi santificado pelos primeiros cristãos: o Mont-Saint-Michel, ainda não revelou todos os seus segredos… No início do século XI, os construtores de catedrais ergueram em honra do arcanjo S. Miguel, guia das almas ao Além, uma enorme abadia.
Mil anos mais tarde, a Johanna uma jovem arqueóloga apaixonada pela Idade Média, é entregue a missão de levar a cabo escavações na célebre abadia beneditina e encontra-se prisioneira de um enigma no qual passado e presente se unem de forma estranha.
Mortes rituais, segredos milenares, amores proibidos do passado que renascem no presente…. Johanna tem de percorrer um caminho de volta ao passado, que a situa perante uma história que perdurou no tempo à espera do desenlace final, pois nos seus sonhos desde a infância uma voz repetidamente lhe diz: "Ad accedendum ad caelum, terram fodere opportet" (Há que escavar na terra para aceder ao céu).
Muito bem escrito, este romance constituiu para mim uma leitura empolgante...

“Johanna sorriu-lhe. Simon era irresistível.
- O que compreendo é que tu és um terno sonhador que se interessa por histórias, ao passo que eu tento descodificar a história. Não temos a mesma profissão, é tudo.
- Mas sabes – retomou ele, animando-se como um miúdo - , na minha loja invento frequentemente aventuras fantásticas para os objectos que vendo. Não minto acerca do facto de pertencerem ao passado; apenas enriqueço um pouco esse passado, e as pessoas adoram isso: comprar não só um objecto mas também a história desse objecto. Invento tempestades, naufrágios, voltas ao mundo, tesouros. Os clientes sabem muito bem que os que lhes conto não é verdade, mas têm grande prazer em escutar-me…e viajam…
- Simon, erraste na vocação! Devias ter sido romancista!
- Pois bem, fica a saber que já comecei a escrever um romance. Talvez te leia algumas páginas um dia…
- Um romance de amor?
- Claro – respondeu ele, acariciando-lhe a orelha - ,mas que, infelizmente nunca alcançará a força mítica da fábula de Frei Romão…
- Simon - disse Johanna pegando-lhe na mão - , compreendo a tua visão das coisas, acho-a sedutora, mas não a partilho totalmente. Também experimento as emoções de que falas, mas não me agrada que me digas que se trata de uma fábula, é uma história verdadeira, e não descansarei enquanto não o provar!
O antiquário inclinou a cabeça de caracóis castanhos, com ar despeitado.
- É isso que não percebo em ti, Johanna, e que me fascina: teimas em confundir quimera com realidade… És uma verdadeira obcecada, o que é muito atraente! Digas o que disseres perante esse manuscrito, não reages como historiadora, mas como se essa história te dissesse respeito pessoalmente e encontrasse eco na tua própria história. E não é porque, um dia, estudaste o trecho do Liber tramitis escrito por Romão em Cluny; é muito mais que isso, é bem mais profundo, sinto-o… Esse monge é um dos teus antepassados ou quê?.”

In, A Promessa do Anjo – Frédéric Lenoir e Violette Cabesos, pag.255 de 440, DIFEL, Fevereiro de 2006
Boa leitura... e alimenta a minha curiosidade... vota aí ao lado... BEIJOS

terça-feira, setembro 26, 2006

Uma taça de morangos...para ti!



Hoje faço a crónica de um velho jogo... tão velho como a nossa origem... e como ele nos fascina.. Quando nesta noite meditei no meu dia… quando guardei a máscara... e reinventei o cordão umbilical que me liga ao futuro… quando estava próxima do local onde podemos abandonar os gritos que acumulamos desde há séculos… breve... a placa cinzenta de "AFIXAÇÃO PROÍBIDA" começou a gritar-me a notícia que vou dar-te... e é oficial... “AMO-TE!"…E o amor nasceu quando num toque de olhos... ligamos as corolas fechadas dos nossos receios por um rasto de pólvora... e a luz que neles brilha transformou-o em poeira cósmica… Nenhum amor é único... nenhum amor é total... mas quando um amor desenha o ponto de encontro da latitude com a longitude... não haverá ausência... distância... silêncio... ou estrela cadente, que lhe altere a rota...
Não podemos passar ao lado da vida... estamos vivos... e em cada célula marcados pelo desejo da descoberta que nos fascina…
Preciso ver-te! Necessito estar a teu lado por instante que seja... Quero ouvir-te, e falar-te... QUERO-TE!
Acredito visceralmente na possibilidade infinita da partilha… AMO-TE!...tão simples quanto escrevê-lo!...Teimosamente, uma esperança telegrafa-me mensagens no silêncio... abre em mim novas gavetas... coloca em mim ficheiros virgens para a vida... Esta taça de morangos não te tenta? Gostas de medronhos? Sei onde os podemos ir colher já maduros...Mais tarde... uma nova camaradagem a fundar... vai sorrir-nos da velhice das estrelas... Agora, AMO-TE! BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS

sábado, setembro 23, 2006

Momento de paixão...


“O amor é carnal até no espírito e espiritual até na carne”
Santo Agostinho

… mergulhados no fundo dos nossos olhos…os braços e as mãos deslizam…descobrem…
apertam cada vez mais nossos corpos que procuram atravessar-se um pelo outro…
as bocas… os lábios… as línguas… entregam-se sôfregas…enlaçam-se…
é a hora da libertação…inteiramente nus iniciamos uma dança de desejos e apelos…
meu sexo húmido abre-se como concha…
espera inquieto a visita de teu falo penetrante…fundo…
no subsolo dos sentidos nascem tremores de terra …
soam gemidos sincopados numa melodia comum…
Amo-te… Vem!
BEIJO GRANDE PARA TI
BEIJOS

quarta-feira, setembro 20, 2006

Nesta noite o amor chegou...



Noite cerrada… noite de luar…
a lua brincalhona a entornar
luz branca… em duche de luar…
No chão desenha círculos… arabescos
ao longe… lá nas serras… rendas finas…
Palhaços… a dançar desengonçados…
a rir… dos ramos pendurados…
No ar há uma doçura estranha que arrebata
e na exaltação de te ver partir
creio com as estrelas me fundir…
Estranho cavaleiro vagabundo
indócil, meigo, manso e desvairado
que segue seu trilho atormentado
e me transporta em êxtase infindo
para onde a vida é bênção… sonho lindo!
A noite… é fina taça azul e preta
e as estrelas de anil vão-se espelhando
no ribeiro que escorre como pista…
Depois… vai chegar a madrugada
acorda suspirosa… arrepiada
adormeceu… nas nuvens de ametista
AMO-TE! BEIJO MEU PARA TI
BEIJOS

segunda-feira, setembro 18, 2006

O papel do médico de família...



Na tentativa de explicar a importância do que significa 1 milhão de portugueses não estarem inscritos em lista de médico de família, pretendo neste texto delinear brevemente o seu papel no sistema de saúde.
Há um conjunto de princípios que não sendo exclusivos da medicina familiar, representam uma visão global, um sistema e uma abordagem de valores que a tornam diferente das outras especialidades médicas.
O médico de família compromete-se com a pessoa, e não com um conjunto de conhecimentos, técnicas especiais ou grupo de doenças. Este compromisso tem duas vertentes, o médico está disponível para qualquer problema de saúde em qualquer pessoa de qualquer idade ou sexo, sem se limitar a um problema de saúde definido… O doente define o problema… O compromisso não tem prazo, não termina com a cura da doença, o fim do tratamento ou a incurabilidade da doença. O compromisso é assumido quando a pessoa se inscreve na sua lista e está saudável, antes de surgir qualquer problema de saúde.
Depois de exercer durante alguns anos, o médico de família interessa-se pelos seus doentes de um modo que transcende a doença de que eles possam sofrer. Esta relação duradoura no tempo torna a relação médico doente particularmente importante na medicina familiar. Doenças com pouco interesse em si como "doenças", tornam-se interessantes porque ocorrem numa pessoa conhecida.
Procura entender o contexto da doença… Muitas das doenças observadas em medicina geral e familiar não podem ser entendidas se não forem vistas no seu contexto pessoal, familiar e social. A importância do contexto pode ser comparada à peça do puzzle que só tem significado quando encaixada no seu lugar próprio… Quando o doente é internado num hospital grande parte do contexto da doença perde-se ou desaparece… A atenção de quem o cuida está focada principalmente no que acontece e menos nas circunstâncias em que aconteceu… A consequência muitas vezes, é uma visão limitada da doença.
Encara todo o contacto com os seus doentes como uma oportunidade para a educação para a saúde, e prevenção.
Os seus doentes são vistos como população em risco. Os clínicos pensam mais em termos de indivíduos doentes do que grupos populacionais. Os médicos de família têm de pensar em ambos, o que significa que um doente que não tenha sido vacinado ou que não tenha controlado a sua pressão arterial preocupa-o, tal como um doente que venha à sua consulta de vigilância de saúde infantil ou para tratamento da hipertensão. Isto significa um empenho em manter os seus doentes o mais saudáveis possível e conscientes da sua doença, quer venham ou não, à consulta.
Este médico deve ser, e considera-se a base de uma rede comunitária de centros de apoio e prestação de cuidados de saúde. Todas as comunidades têm uma estrutura de apoios sociais estatais e não estatais, formais e informais… A palavra estrutura sugere um sistema coordenado, mas infelizmente não é esse o caso, muito frequentemente os profissionais dos serviços de cuidados de saúde e sociais, incluindo os médicos, trabalham em compartimentos estanques sem qualquer noção do sistema na sua totalidade. Quando os médicos de família conhecem e conseguem gerir todos os recursos da comunidade em benefício dos seus doentes, podem ser muito eficazes.
Idealmente, deveria habitar na mesma comunidade dos seus doentes, mas também o médico que viaja diariamente para o seu local de trabalho acaba por marcar a sua presença… Actualmente separa-se a vida privada do trabalho, e isto é causa de muitas das queixas modernas para Wendell Berry “Se não vivemos quando e onde trabalhamos, estamos a desperdiçar as nossas vidas e o nosso trabalho”(1978). Para serem eficazes os médicos de família têm de conhecer a comunidade em que exercem e constituir uma presença visível na mesma, quer lá residam ou não.
Este médico vê os seus doentes no consultório, nos seus domicílios e no hospital, distribuindo o tempo e os locais conforme o tipo de doentes. Em Portugal não estão criadas ainda ligações estreitas entre o ambulatório e os cuidados hospitalares.
Os aspectos subjectivos da medicina são importantes para o médico de família. No século XX a medicina foi dominada por uma visão objectiva e positivista dos problemas de saúde. Para os médicos de família isto tem sempre de ser conciliado com uma sensibilidade aos sentimentos e percepção das relações. Acabam por compreender que os seus próprios valores, atitudes e sentimentos, são determinantes importantes no modo como exercem medicina.
O médico de família é um gestor de recursos... Como generalista e o médico do primeiro contacto tem controlo sobre enormes recursos e pode, dentro de certos limites controlar o internamento hospitalar, o uso de exames complementares, de terapêuticas e o envio a especialistas.
Em todo o mundo os recursos são limitados… nalguns casos, severamente limitados… É responsabilidade do médico de família gerir estes recursos para o máximo benefício dos seus doentes.

BEIJOS A TODOS...



sexta-feira, setembro 15, 2006

Momento de saudade...


Passam as horas… e ao anoitecer
turva-se a minha fé
e foge a esperança…
Por entre gente dura
com mil feridas
rasgam-se me as mãos e os pés…
E nesta lida sem escudo ou lança
dos dias já passados,
como pétalas de rosa
desfolhadas pelo caminho
chegam… as lembranças…
Acendem-se no peito as saudades
do que não fui ou fiz…
Sinto minha alma como que partindo-se
sem o aroma perfumado de uma flor
ou o eco das canções que rindo-se
a boca aos ares lançou em paz… sem dor...
Agradeço à minha amiga Aldora Gatinhos Voadores a prenda que me deu...
Façam o favor de serem felizes... CARPE DIEM!
BEIJOS
BEIJO MEU PARA TI!

terça-feira, setembro 12, 2006

Um passeio pelo Douro...


Voltar ao Douro, é fazer um percurso pela infância com todas as surpresas, sabores e aromas que só aos seis anos sabemos gravar no olhar mágico… O recorte da “cabeça da velha” das montanhas do Marão, que se avista desde Fontes e nos afirma estar já próximo da quinta depois de um dia de jornada… Um dia do Porto a Tabuadelo com paragem em Felgueiras para almoçar e apanhar os primos, em Amarante para lanchar, os pregos do Zé da Calçada e as lérias da Lai-Lai (infelizmente encerrada), e chegar à quinta ao pôr-do-sol, para depois de uma rápida lavagem de mãos nos deliciarmos com o suculento jantar preparado pela Maria. (A Maria e Ana já lá estavam para preparar a nossa chegada). Na enorme sala de jantar de janelas abertas sobre o terraço das nogueiras, ouvia-se o cantar dos carros de bois caminho abaixo e acima, para o recolher, o trote dos burricos nos caminhos pedregosos (agora desaparecidos, mas ainda nos meus ouvidos) e o ensurdecedor grasnar dos gansos mal nos aproximávamos, quais cães de guarda que não reconhecem o dono... As grandes passeatas com visita obrigatória à D. Adelaide da Quinta do Outeiro, em Medrões, que nos preparava o lanche com scones ainda quentes, doce de abóbora com nozes, marmelada branca, vermelha e cristalizada, doce de marmelo em pedaços, e belas torradas de pão caseiro com manteiga a escorrer!
Aquelas montanhas que se tratam por tu de tão perto, e se agora há auto estrada até Santa Marta de Penaguião, as estradas ainda serpenteiam, e de cada barranco, de cada vertente, a paisagem aparece com distinto relevo, com outro perfil, de fraga e granito. Há que percorrê-la em todos os sentidos, subir a todos os penhascos… é um infinito, como o são todas as coisas para quem as quer conhecer por completo.
As vinhas, alguns soutos, algumas pequenas hortas de sustento, as belas quintas ou as suas ruínas (que também as há) se falassem e cantassem, seriam gente… Gente dura, gente brava, com pés de xisto e granito, que por estes mares de xisto construiu a paisagem, a demonstrar como é possível a harmonia entre o homem e o seu meio. Cada paisagem é o conjunto de faces que a integram e em que se subdivide, e por outro lado pertence a entidades mais amplas, a espaços maiores e obedece a forças muitas vezes invisíveis que operam na ordem social.
O meio físico condiciona a vida do homem, e é por isso que nestas bandas se desenvolve o instinto e a necessidade de luta, pois aqui vive-se ao redor da cepa, que exige a cava, a poda, a erguida, a estampa, a redia e por aí fora, até ao culminar da vindima… para recomeçar novo ciclo… A sua plantação é tarefa hercúlea aqui, nos terrenos saibrosos a pique que obrigam ao subi-los a cerrar os dentes, retesar os músculos, acordar e castigar o corpo que carrega todo o seu peso encosta arriba.
“Para cá do Marão, mandam os que cá estão!”… por muito que se discuta a sua vida, lá, nos bastidores de Lisboa.
A foto foi tirada na serpente de alcatrão que liga Medrões à Régua, pelo Loureiro, a caminho do saboroso lanche que lá nos esperava... presunto de Lamego, bola de bacalhau, e de carne... pão de Padronelo... uvas dedos de dama...rebuçados da Régua... cavacas de Resende... biscoito da Teixeira... e um delicioso Murganheira bem gelado...
BEIJOS

sábado, setembro 09, 2006

Viva a Loucura!...

Fui de novo desafiada pela Mulher Rochedo... a partir do blog que partilha com o Mar Navegante ... Ours_Moments... Falar de três dos meus desejos loucos? Vamos lá a isso...como "de médicos e de loucos, todos temos um pouco"... e eu tenho bastante dos dois... posso partilhar convosco...

1º desejo louco....

O meu primeiro desejo... é fazer amor depois de uma batalha de almofadas...num quarto em que todas as paredes tivessem uma janela como esta rasgada para o mar... deve ser o meu inconsciente de golfinho... os golfinhos são os únicos animais que fazem amor...







...2º desejo louco
Calçar umas galochas...
vestir um impermeável... e....
chapinar assim numa pocinha...
Depois...tomar um cacau bem quentinho...
e comer panquecas... com doce de framboesa...






3º desejo louco...
Deslocar-me de zepelin...
...adeus filas de trânsito...







O desafio é para quem o queira agarrar...Vá lá ...Louco de Lisboa... não faças esgares nem espumes raiva... é uma partida minha... mas esta é fácil... (lol)
BEIJOS

quinta-feira, setembro 07, 2006

Etiquetas?... Valores!

A minha amiga Mulher Rochedo desafiou-me...
Nesta aventura colectiva que é a Vida... procuro orientar o meu rumo por estes valores...

Quem quiser aceitar o desafio, que o continue... gostaria de o ver seguido no blog do Carlos (a sensualidade a vaguear), da Magia(...a magia das palavras...), do Louco de Lisboa (os teus momentos e instantes), do Soslayo (a visão global do Mundo), da Maria João (o teu doce olhar) da Ciloca (as palavras livres) e ... Aceitem!
Ana S. Obrigada! Livras-te por estares de férias...(lol).
BEIJOS

segunda-feira, setembro 04, 2006

Flores do crepúsculo...


Se entre a gente que passa teu olhar inquieto,
me procura e se acende no fogo dos meus olhos...
Se tuas mãos nas minhas sentem um secreto fogo
que sentirás também percorrer teus dedos…
Se inconsciente meus passos seguirem o teu trilho
e teu pensamento vier mais doce para mim...
Se meu e teu coração quiserem proteger-se...
Se em minha alma raiar uma alvorada mansa
ao ver-te chegar… então, Amor, descansa…
Abramos nosso peito à fé da esperança
construamos um ninho em nossos braços fortes
no poente de rubras cores tingido
numa esteira de luz com gosto de saudade
que à minha boca vai morrer num ai!...
E outra verás, triunfante, a ressurgir…
Transformo meu corpo mísero em lucerna
Arranco dele teu fogo diligente
e perfumados seios a florir!...
BEIJO MEU PARA TI
BEIJOS

sexta-feira, setembro 01, 2006

"Breve História de Quase Tudo", Leitura de Setembro...


Ao constatar que desconhecia o porquê dos oceanos serem salgados, Bill Bryson percebeu, com certo desagrado, que conhecia pouco sobre o planeta em que vivia.
A procura de uma resposta impeliu-o para a épica tarefa de entender e explicar tudo o que sabemos sobre o mundo. Parte desde a origem do universo segue até aos dias de hoje, e aborda assuntos que vão desde a física, a química, a astronomia, a geologia, a paleontologia e muitas outras disciplinas que considerava "maçadoras” na escola… A preocupação do autor está em entender como os cientistas realizam suas descobertas. Para compilar esta BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO, Bryson consultou dezenas de obras e montou o que pode ser considerado um delicioso guia de viagem pela ciência.
Explica-nos, numa linguagem simples mas rigorosa, os processos através dos quais se fizeram as descobertas essenciais nos diversos campos da ciência. Consegue, ainda por cima, ser divertido, sobretudo quando nos fala das peripécias e excentricidades de algumas das personagens mais proeminentes da História da Ciência, como Newton, Darwin ou Einstein.
Espero que esta breve nota acerca deste livro notável tenha despertado o apetite para a sua leitura.

“Imagine que tinha todos os componentes que formam um ser vivo – carbono, hidrogénio, oxigénio, etc. – e os punha num recipiente com água, dava-lhes uma vigorosa mexidela, e aparecia-lhe uma pessoa completa. Seria fantástico. No fundo, é o que basicamente Hoyle e outros (incluindo muitos criacionistas fervorosos) afirmam quando sugerem que as proteínas se formaram espontaneamente num único momento. Mas isso não é possível. Como argumenta Richard Dawkins em The Blind Watchmaker, deve ter havido uma espécie de processo cumulativo de selecção que permitiu que os aminoácidos se juntassem aos bocados. Talvez dois ou três se tenham juntado com um qualquer objectivo simples, e depois, ao fim de algum tempo tenham encontrado outro conjunto semelhante, e “descoberto” que juntos, melhoravam bastante.
Na realidade as reacções químicas associadas à vida são bastante banais. Pode ser impossível para nós fabricá-la em laboratório. À moda de Stanley Miller e Harold Urey, mas o universo encarrega-se disso. Há muitas moléculas na natureza que se juntam para formar longas cadeias que se chamam polímeros. Os açúcares juntam-se constantemente para formar amidos. Os cristais podem fazer muitas coisas parecidas com a vida – replicar-se, reagir a estímulos ambientais, formar um padrão complexo. Nunca criaram vida em si, claro, mas repetidamente demonstram que a complexidade é um fenómeno natural, espontâneo e completamente banal. Pode ou não haver muita vida no universo em geral, mas não há falta de auto agrupamentos ordenados em tudo, desde a simetria enfeitiçante dos cristais de gelo aos elegantes anéis de Saturno”
In, BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (Uma viagem pela ciência, divertida,prática e muito bem documentada), Bill Bryson, pág 290,
Quetzal Editores, Lisboa/ 2004


Aos que gostam de escrever e partilhar, convido a visitar esta Gôndola…

Um projecto que visa criar uma rede de pessoas generosas que queiram doar os seu textos para a publicação de um ou vários livros por uma causa - uma Gôndola em África.
Um projecto que pretende ajudar crianças, dar-lhes afecto... educação... berço! (Gôndola).

BEIJOS