A Promessa do Anjo é fruto de um trabalho de três anos, escrito por dois autores franceses apaixonados pelo Mont-Saint-Michel... Frédéric Lenoir, 42 anos, editor, filósofo, sociólogo das religiões, jornalista e escritor, autor de vários ensaios e Violette Cabesos, 35 anos, escritora. A Promessa do Anjo é a segunda experiência na área do romance para ambos. Eles próprios, o definem como um romance histórico, uma aventura, uma história de amor.
Foi merecedora do prestigioso «Prix des Maisons de la Presse 2004» e manteve-se durante quase um ano sem interrupção nos tops em França.
Uma rocha na costa da Normandia açoitada pelas tempestades, um lugar de cultos primitivos celtas que foi santificado pelos primeiros cristãos: o Mont-Saint-Michel, ainda não revelou todos os seus segredos… No início do século XI, os construtores de catedrais ergueram em honra do arcanjo S. Miguel, guia das almas ao Além, uma enorme abadia.
Mil anos mais tarde, a Johanna uma jovem arqueóloga apaixonada pela Idade Média, é entregue a missão de levar a cabo escavações na célebre abadia beneditina e encontra-se prisioneira de um enigma no qual passado e presente se unem de forma estranha.
Mortes rituais, segredos milenares, amores proibidos do passado que renascem no presente…. Johanna tem de percorrer um caminho de volta ao passado, que a situa perante uma história que perdurou no tempo à espera do desenlace final, pois nos seus sonhos desde a infância uma voz repetidamente lhe diz: "Ad accedendum ad caelum, terram fodere opportet" (Há que escavar na terra para aceder ao céu).
Muito bem escrito, este romance constituiu para mim uma leitura empolgante...
“Johanna sorriu-lhe. Simon era irresistível.
- O que compreendo é que tu és um terno sonhador que se interessa por histórias, ao passo que eu tento descodificar a história. Não temos a mesma profissão, é tudo.
- Mas sabes – retomou ele, animando-se como um miúdo - , na minha loja invento frequentemente aventuras fantásticas para os objectos que vendo. Não minto acerca do facto de pertencerem ao passado; apenas enriqueço um pouco esse passado, e as pessoas adoram isso: comprar não só um objecto mas também a história desse objecto. Invento tempestades, naufrágios, voltas ao mundo, tesouros. Os clientes sabem muito bem que os que lhes conto não é verdade, mas têm grande prazer em escutar-me…e viajam…
- Simon, erraste na vocação! Devias ter sido romancista!
- Pois bem, fica a saber que já comecei a escrever um romance. Talvez te leia algumas páginas um dia…
- Um romance de amor?
- Claro – respondeu ele, acariciando-lhe a orelha - ,mas que, infelizmente nunca alcançará a força mítica da fábula de Frei Romão…
- Simon - disse Johanna pegando-lhe na mão - , compreendo a tua visão das coisas, acho-a sedutora, mas não a partilho totalmente. Também experimento as emoções de que falas, mas não me agrada que me digas que se trata de uma fábula, é uma história verdadeira, e não descansarei enquanto não o provar!
O antiquário inclinou a cabeça de caracóis castanhos, com ar despeitado.
- É isso que não percebo em ti, Johanna, e que me fascina: teimas em confundir quimera com realidade… És uma verdadeira obcecada, o que é muito atraente! Digas o que disseres perante esse manuscrito, não reages como historiadora, mas como se essa história te dissesse respeito pessoalmente e encontrasse eco na tua própria história. E não é porque, um dia, estudaste o trecho do Liber tramitis escrito por Romão em Cluny; é muito mais que isso, é bem mais profundo, sinto-o… Esse monge é um dos teus antepassados ou quê?.”
In, A Promessa do Anjo – Frédéric Lenoir e Violette Cabesos, pag.255 de 440, DIFEL, Fevereiro de 2006
“Johanna sorriu-lhe. Simon era irresistível.
- O que compreendo é que tu és um terno sonhador que se interessa por histórias, ao passo que eu tento descodificar a história. Não temos a mesma profissão, é tudo.
- Mas sabes – retomou ele, animando-se como um miúdo - , na minha loja invento frequentemente aventuras fantásticas para os objectos que vendo. Não minto acerca do facto de pertencerem ao passado; apenas enriqueço um pouco esse passado, e as pessoas adoram isso: comprar não só um objecto mas também a história desse objecto. Invento tempestades, naufrágios, voltas ao mundo, tesouros. Os clientes sabem muito bem que os que lhes conto não é verdade, mas têm grande prazer em escutar-me…e viajam…
- Simon, erraste na vocação! Devias ter sido romancista!
- Pois bem, fica a saber que já comecei a escrever um romance. Talvez te leia algumas páginas um dia…
- Um romance de amor?
- Claro – respondeu ele, acariciando-lhe a orelha - ,mas que, infelizmente nunca alcançará a força mítica da fábula de Frei Romão…
- Simon - disse Johanna pegando-lhe na mão - , compreendo a tua visão das coisas, acho-a sedutora, mas não a partilho totalmente. Também experimento as emoções de que falas, mas não me agrada que me digas que se trata de uma fábula, é uma história verdadeira, e não descansarei enquanto não o provar!
O antiquário inclinou a cabeça de caracóis castanhos, com ar despeitado.
- É isso que não percebo em ti, Johanna, e que me fascina: teimas em confundir quimera com realidade… És uma verdadeira obcecada, o que é muito atraente! Digas o que disseres perante esse manuscrito, não reages como historiadora, mas como se essa história te dissesse respeito pessoalmente e encontrasse eco na tua própria história. E não é porque, um dia, estudaste o trecho do Liber tramitis escrito por Romão em Cluny; é muito mais que isso, é bem mais profundo, sinto-o… Esse monge é um dos teus antepassados ou quê?.”
In, A Promessa do Anjo – Frédéric Lenoir e Violette Cabesos, pag.255 de 440, DIFEL, Fevereiro de 2006
Boa leitura... e alimenta a minha curiosidade... vota aí ao lado... BEIJOS