sexta-feira, janeiro 26, 2007

TU!


Teu olhar como um raio
ilumina o mais profundo
de meu ser...
Alma intrépida de olhar doce
com olhos vestidos de
verde brilhante intenso…
Braços possantes
que sustentam qual estaca
a fragilidade
de uma quebrantada realidade...
Mãos fortes de natureza prenhes!
Ásperas para a vida
suaves para amar…
Teu corpo... fortaleza imponente
da loucura de amar...
Senhor de firmes passos
que se afastam no último até breve...
E num suave beijo à saída
deixas o sentimento
enraizado no meu coração…
UM BEIJO MEU PARA TI!

BEIJOS!

domingo, janeiro 21, 2007

As mulheres que me habitam...


Percorro o trilho eterno do meu ser… os meus pés cansados caminham pela areia da ampulheta do tempo que me acompanha de braço dado… ouço escrito no vento o meu nome… Sinto que não vou só... e ao longe ouço as vozes das mulheres que me habitam… que me alimentam… que se escondem… e me protegem de mim mesma…
A primeira procura entre carícias … revela-se… veste-se de branco… e tal como uma menina nas noites escuras abre os braços ao pó das estrelas que cintilam…para semear sorrisos na manhã…
A mais descarada veste-se de vermelho...abraça a vida momento a momento… empurra os sentimentos… faz do desejo a sua bandeira… a que não quer esperar… a apressada…a que se transforma em paixão quando ninguém a ouve…
Pode ser a que vive na minha face mais obscura… no meu outro lado… a mais dura… a que se veste de negro e esconde a fera que habita em mim… a que se protege da ignorância por trás de muros altos que constrói… para que os sentimentos não a alcancem…
Uma delas é a que se passeia na noite e inunda de chamamentos sem resposta os silêncios das que vivem e morrem nas marés da minha alma…
BEIJO PARA TI!
BEIJOS!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Momento tranquilo


Na calma do momento… na tranquilidade que o amor requer…
no querer... e transcender... quero dizer-te:
- Parei de tentar explicar!
Sinto um doce querer… nosso encontro…
dádiva…beleza… existir…
Quero-te meu amor...sem pressa...
no profundo do infinito da pureza
de nossos olhos de criança…
que se incendeiam a cada olhar…
que estremecem todo o nosso ser…
nossa alma… de emoção…
Carregava um pedaço de mim não sei por quantos séculos...
mas meus olhos mergulharam nos teus... de luz e encanto!
Não encontro explicação… tudo se materializou!
Afinidades …energias…desejos… loucuras... magias…

AMO-TE
BEIJO MEU

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Sonho...

O teu olhar penetrante crava-se nos meus olhos…
O teu sorriso de menino travesso
ilumina o meu pensamento…
A tua mão procura a minha, e puxas-me para ti…
Beijas-me… beijo-te… beijamo-nos…
com o desejo que nossas bocas consigam criar linguagem de línguas…
de letras húmidas sussurradas…
Amo-te… amas-me… amamo-nos...
As roupas caiem lentamente… nossas cúmplices…
misturam-se suspiros e peles,
beijas-me… beijo-te… beijamo-nos…
Entre silêncios subtis… convenientes…
amo-te… amas-me… amamo-nos...
Entregas-me deliciosos alentos com loucura…
sons breves que só o amor compreende…
Beijas-me… beijo-te… amamo-nos…
Amo-te… amas-me… beijamo-nos…
Deslizamos um no outro…
entre nossos enamorados corpos
que já derramam suores…
Somos almas que se beijam…
comprometem-se em altares invisíveis…
trocam promessas eternas com lágrimas doces…
em nascentes de sonhos de nossos corações...
Beijas-me… amo-te… beijamo-nos…
Amo-te… beijas-me… amamo-nos...
BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!


sábado, janeiro 06, 2007

Dá-me uma noite mais...



Dá-me só uma noite mais
de amor sem trégua
com a mesma entrega
daquela vez primeira
transpirante de amor...
De paixão... sem limites...
nem fronteiras…
Chego de alma nua
para vestir as carícias
das tuas mãos brandas
que marcam a ritmo lento...
e sensual ... minha pele...
que insiste em misturar a tua essência…
Quero tanto amar-te!
Louco desejo de beijar-te
derramar este amor
que me queima as entranhas...
Agarra-me ao teu silêncio
cobre-me de carícias de sabor a mel…
Percorro o sabor do sal
dos teus mistérios
dos teus segredos…
Cobre meu corpo com o teu !
Que os meus lábios
sejam uma vez mais
tua fonte de inspiração...
A vontade de amanhã
entregar de novo o coração....
Passeia tuas mãos sobre mim!
Devora com teus lábios minha pele
sem pensar…sem procurar razão...
Torna o sonho realidade!
Ama-me até ao amanhecer!
Dá-me só uma noite mais…


HOJE O MEU BEIJO É PARA TI!

segunda-feira, janeiro 01, 2007

A Lei do Amor, leitura de Janeiro

A Lei do Amor é um livro fascinante que trata da paixão amorosa, entendida como uma força arrebatadora que sempre acaba por se impor contra todos os obstáculos, se formos capazes de cumprir os ditames da sua lei. Uma fábula futurista e muito sensual, que nos conduz pelo tempo e pelo espaço, no passado e no presente, entre o ódio e o amor, à descoberta da mais secreta e da mais conhecida de todas as leis universais.
Um texto muito sugestivo, com uma escrita brilhante, inteligente e arrebatadora.Neste magnífico livro, Laura Esquivel mostra-nos toda a pujança da sua criatividade.
É passado em 2200, numa época em que os CD estão submetidos a um rigoroso controlo, e proibidos nalguns casos, pois as pessoas podem revisitar as suas vidas anteriores escutando determinadas peças de música.
O livro é acompanhado por um CD que contém fragmentos de óperas de Puccini e canções populares, que devem ser ouvidos em determinados momentos da leitura. Possui também ilustrações de Miguelanxo Prado, que de tempos a tempos transformam em imagens o desenrolar da própria história e que constituem factores de enriquecimento de uma obra que se apresenta como o primeiro romance “multimedia” da história da literatura.
Neste dia 1 de Janeiro, Dia Mundial da Paz, é a minha sugestão de leitura para o primeiro mês de 2007...
Laura Esquivel nasceu na Cidade do México a 30 de Setembro de 1950. Começou por ser professora e escreveu obras de teatro para a infância. Revela-se primeiro como guionista de cinema com Guido Guán e Tacos de Oro, 1985, nomeado pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas para o Prémio Ariel. Manteve a actividade de guionista até publicar o seu primeiro romance Como Água para Chocolate que obteve êxito internacional – traduzido em 35 línguas, e adaptado ao cinema. Vendeu mais de 3600000 exemplares, o que valeu a Laura Esquivel, em 1994, o ABBY (American Booksellers of the Year), pela primeira vez atribuído a um escritor estrangeiro.


“O aerofone do doutor Diez não autorizou a entrada de Azucena. Isto era um indício de que o doutor estava ocupado com algum paciente e o deixara bloqueado. Azucena, então, não teve outro remédio senão entrar primeiro para o seu escritório para dali ligar para o seu vizinho de consultório e marcar um encontro como devia ser. Realmente não fez nada bem em marcar directamente o número aerofónico do doutor. Era uma tremenda falta de educação apresentar-se numa casa ou num escritório sem se ter apresentado antecipadamente, mas Azuzena estava tão desesperada que passava por cima dessas mínimas regras de cortesia. É claro que era para isso que servia a tecnologia, para impedir que os bons costumes fossem esquecidos. Azuzena, portanto, viu-se forçada a comportar-se de forma civilizada. Enquanto esperava que a porta do seu escritório se abrisse, pensou que há males que vêm por bem, pois há uma semana que não ia ao seu consultório e d certeza que teria uma infinidade de telefonemas de todos os pacientes que ela abandonara.
A primeira coisa que ouviu assim que a porta do aerofone se abriu foi um “Que pouca vergonha!” colectivo. Azucena começou por se surprender, mas depois entristeceu-se muito. As suas plantas tinham estado sete dias sem água e tinham todo o direito de a receber daquela maneira. Azucena costumava deixá-las ligadas ao plantofalante, um computador que traduzia em palavras as suas emissões eléctricas, pois ela gostava de chegar ao trabalho e que as suas plantas lhe dessem as boas vindas.
Geralmente as suas plantas eram muito decentes e carinhosas. Mais ainda, nunca antes a tinham insultado. Agora Azucena não as censurava; se havia alguém que soubesse a raiva que dava ficar à espera. era ela. Deitou-lhes logo água. Enquanto o fazia, pediu-lhes mil desculpas, cantou-lhes e acariciou-as como se fosse ela própria a ser consolada. As plantas acalmaram-se e começaram a ronronar de prazer.”

In A Lei do Amor, Laura Esquivel, tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, ilustrações de Miguelanxo Prado, Edições ASA, 15ª Edição Setembro de 2004 (pag 41/42)