segunda-feira, abril 28, 2008

Peças de engrenagem...

É curioso ver rolar cabeças, apalpar por cima dos ombros e confirmar… Não, não é a minha a que acaba de cair… A “lei da selva” no local de trabalho é implacável, e, apesar da tensão que se mistura ao ambiente muito tempo antes… sempre nos surpreende e sobressalta a mão do verdugo no pescoço de um companheiro… nem que não nos salpique nem uma gota de sangue do caído… mesmo que nunca nos tenham dispensado… sente-se uma certa amargura pelo que se vai… e reconforta saber que o facto de ser só uma simples e vulgar “porca” da engrenagem não é mau… alegro-me, e de que maneira, por não ser um sofisticado sensor fabricado a pedido… a funcionalidade e a humildade da "porca" tornam-na invisível…discreta como só o são as peças importantes…em que só se repara quando se rompem e deixam o mecanismo parado… fazendo com que a produção pare e se comece a medir o tempo em dinheiro perdido… porcas que se vendem em qualquer loja de ferragens por uma ninharia, mas que, desde que funcionem, mesmo que só seja por preguiça, para não desmontar a engrenagem, lá continuam e continuarão por séculos e séculos… se a máquina se desliga, até se podem aproveitar para montar outro mecanismo… É a vantagem que têm... são peças simples… universais… e usam-se em qualquer motor… desde uma máquina de rebuçados a um monta-cargas… duras, resistentes, baratas e polivalentes, encaixam-se em qualquer lugar em que se queiram colocar...e servem para que a máquina nunca deixe de funcionar…

BEIJO MEU PARA TI!
BEIJOS!!!

18 comentários:

Anónimo disse...

Papoila, um texto diferente para variar.
Nesta roda viva, cada "porca" tem o seu papel para fazer com que a máquina gire. Claro que umas peças dão mais na vista do que outras mas é preciso não esquecer que todas são necessárias!
Beijos

Clara

Menina do Rio disse...

Pessoas não são como as engrenagens.E quando são descartadas,usa-se duas no lugar de uma, pois se estava ali era pq se fazia necessária.

Um beijo de boa semana pra ti

Catarina disse...

Papoilita

um tom diferente do habitual, nem que seja para dizer baixinho aquilo que nos apetecia gritar alto. Mas quem grita alto ou tem boas razões para o fazer ou é internado por loucura...

Sabe, recentemente aconteceu-me uma coisa curiosa... ajudei uma estranha que conhecia "hà dois dias" so pelo prazer de ajudar, e na volta ela diz-me que não pode ajudar uma amiga... porque a conhece apenas hà dois anos...

é verdade, o mundo profissional é uma selva e até eu que sou uma pessoa prevenida me esqueço...

Bjtos

Catarina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Como "porca" que sou desta engrenhagem que é a Net, vim até aqui participar da Máquina e desejar uma boa semana.

Beijinhos de saudades.

Manuela

Agulheta disse...

Papoila.
Embora diferente do habitual,nesta engrenagem da máquina,que nos leva a engrenagem da vida,pois fazem parte da mesma,uma leva parafusos outra seres humanos,mas nas maõs daqueles, que fazem sempre uma engrenagem...adorei de verdade,se conjuga.
Beijinho e boa semana Lisa

Miudaaa disse...

As engrenagens da vida minha papoila linda, deviam servir para retirar grandes lições de vida. É pena que uns tiram e outros não.

ViVam as peças simples.

Um Beijo da miudaaa que como sempre, gostou de aqui estar.

Vasco Vieira Pinto disse...

Nada é por acaso, é como um relóguio: precisa de todos os dentes, todas as molas, todos os ponteiros...

Unknown disse...

Amiga vá buscar um prémio ao meu blog.
É para si.

Beijinhos

Manuela

Zé Povinho disse...

Há quem encare assim a vida, as pessoas, e há quem valorize cada peça (pessoa) não apenas pelo que que produz em termos materias, mas pelo que é enquanto ser humano e pelo modo como se relaciona com os seus semelhantes.
Abraço do Zé

Mahira disse...

Bom texto!!

Pena disse...

Doce Amiga:
A humanidade precisa de si e da "peça" do "motor" que é seu.
Rege-se na humildade pura e simples de uma peça importante e linda chamada "porca"(Desculpe! Custa-me um pouco empregar esta palavra seja em que contexto seja). Mas, chamou-lhe assim e com um mecanismo que não prescinde dela, da tal palavra apropriada.
Um hino à vida. Um hino fantástico e lindo à existência que nos comanda no complexo trabalhar de máquina complexa e exigente. O mundo!
Olhe, adoro vir aqui. Gosto muito de si e do que escreve.
Incrível. (Desculpe-me, aminha sinceridade de carácter, mas adoro ser como sou. Já não mudo).
Parabéns sinceros e tudo de maravilhoso.
Beijinhos de pura amizade, estima e imenso respeito pela sua imensa significação.
É um prazer lê-la.
Sempre a considerá-la

pena

Isamar disse...

� curioso ver rolar cabe�as! Assim,num abrir e fechar de olhos! � a lei da vida! Da selva em que vivemos.
Preciso de ti, Papoila. �s uma pe�a simples, universal, que encaixa na perfei�o na engrenagem a que tento ser fiel desde que me conhe�o. Continua a ser assim. Discreta como s� o s�o as pe�as importantes.

Beijinhossss

Anónimo disse...

«Cada porca com seu parafuso, cada roca com seu fuso», diz o ditado popular. Apreciei o estilo livre, a lembrar selva em que nos torna-mos perante o rolar de cabeças. Quando o essencial era fazer a apologia da vida, mas o teu texto deixou-se a reflectir na “funcionalidade” de todos nós. Tiveste mérito, para além do valor literário em si, claro. Boa semana com tudo de bom.

maresia_mar disse...

olá
o mundo laboral é da facto uma selva, é o salve-se quem puder, passa-se por cima seja do que for desde que seja para chegar aonde se ambiciona, enfim, uma cópia do munda actual, no geral..
bjhs e bom fds

Unknown disse...

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__*___________Bom ___________*
___*__________Fim __________*
____*_________de __________*
____* Semana_________*
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Manuela

Susana Júlio disse...

Sinto esta coisa da pressão e do mau ambiente d etrabalho até a nível do ensino...as coisas estão muito diferentes de quando entrei neste dito "sistema"...para onde é que caminhamos afinal?!

António disse...

Olá, minha querida!
Uma reflexão em prosa poética figurada sobre como as pessoas podem ser descartáveis peças inúteis de uma máquina.

Beijinhos