terça-feira, junho 17, 2008

carta a uma amiga avó como eu...

Quando nos encontramos, a nossa cumplicidade concede-nos bons momentos e gargalhadas que provam que continuamos aquelas miúdas ruidosas e coloridas de há uns bons anos.
Podemos chegar aos encontros com formalidades e regras, coisas que sempre nos pareceram inúteis, mas no fundo de cada pupila, continua a brilhar a rapariga que fomos... essas apaixonadas, que se estreavam como mães e viam o futuro como uma praia imensa, recheada de frutos e delicias que hoje partilhamos com os netos...
Éramos lindas, brilhantes, como um grupo de esvoaçantes borboletas.
Agora, estiramos as pernas e caímos extenuadas na cadeira do café antes de escolher o restaurante… ou deixamo-nos ficar por casa... Cansamo-nos de andar às compras, não vamos à ginástica, desacreditamos o amor romântico, rimos da infantilidade e fragilidade dos homens por baixo da sua capa de mordacidade… Conhecemo-nos do direito e do avesso, e já não nos surpreendemos com aquelas coisas que antes nos desorbitavam os olhos. ..
Parecemos mais calmas… mera aparência… e as aparências iludem...
Não somos presas fáceis para o tempo!
Acredito que chegaremos a velhinhas enrugadas como múmias, com aquele brilhozinho nos olhos de orgulho pelos nossos muitos “pecados”.
PARA TI UM BEIJO MEU!
BEIJOS!!

18 comentários:

APC disse...

Sou a primeira, sou, sou? Ah, Papoilinha, há tanto tempo que cá não vinha! Há tanto tempo que não ia a lado nenhum! :-) Não só eu não ando blogueira, como o meu blog não anda funcional. Mas o que interessa é que aqui vim, com vontade de te "ver". E adorei a carta de amizade, de partilha do tempo, de entendimento comum. E a música, "haja o que houver"...
Sabes que a usei, um dia, num dos posts mais difíceis de escrever?...
Ligações, associações e encontros, que esta rotina virtual nos permite e que já vinha esquecendo.
Grata! E, se me permites que leia para lá do que é escrito: "desacreditamos o amor romântico"? "Mera aparência… e as aparências iludem"! ;-) Um abraço!

Isamar disse...

Querida Papoila

"Acredito que chegaremos a velhinhas enrugadas como múmias, com aquele brilhozinho nos olhos de orgulho pelos nossos muitos “pecados”.

Um excelente post onde te dás conta de que foste caminhando para avó mas não envelheceste interiormente. Conheces-te agora bem melhor do que há uns anos mas a jovem marota continua intacta dentro da avó que és.
Esse brilhozinho ... da vida bem vivida. Há só uma, dizem, e há que aproveitá-la bem.

Beijinhos

Ana Paula disse...

Querida Papoila, amiga de sempre
Lindo o que escreve, como sempre....
Enrugadas estamos a ficar, os nossos netos a crescer, mas só como prova que estamos cá.
Vamos vê-los crescer com mais disponibilidade que tivemos com as nossas filhas... mas é o amor de todos
e também o dos nossos homens que nos dá força e alento para continuar.... e adorar cada ruga do nosso corpo!
Beijo meu para ti!

Anónimo disse...

AMIZADE
Mais que uma mão estendida
mais que um belo sorriso
mais do que a alegria de dividir
mais do que sonhar os mesmos sonhos
ou doer as mesmas dores
muito mais do que o silêncio que fala
ou da voz que cala, para ouvir
é, a amizade, o alimento
que nos sacia a alma
e nos é ofertado por alguém
que crê em nós...
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BEIJINHOS E BOA SEMANA
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Unknown disse...

Amiga Papoila tenho tido dificuldades em comentar no seu blog.
Hoje consegui.
Espero que esteja bem.
Um grande beijinho

Manuela

Agulheta disse...

Amiga Papoila. Cada dia que passa é viver,em melhor sintonia e mais paciência,esta a fase de ser avó,boa experiência eu que o diga,quanto as rugas não importa,é bom ter a cabeça no lugar com grandes horizontes e sonhar,pois é própio do (homem) mulher, o tempo chegará ao fim duma grande jornada de lutas e cansaços,mas de amores ganhos! outros perdidos mas aqui,para abraçar os netos e não só.
Beijinho terno Lisa

Branca disse...

Olá Papoila,
Tal como apc não tenho andado muito blogueira, embora muito ocupada num projecto de blogar muito diferente de qualquer um e que nem sequer é o meu, mas vou tentar acertar isto, a ver se o tempo me chega para vos ir vsitando.
Adorei o teu texto, que traduz tao bem e de forma tão profunda o amadurecimento de uma amizade a par do amadurecimento das próprias intervenientes.
Beijinhos para ti.

soslayo disse...

Papoila:

Minha querida amiga como comungo contigo todo esse sentir e procedimentos etc. Mas, sempre te digo que, mesmo múmia e mesmo velhinha(o) e quando se tem saúde o suficiente para termos uma vida de qualidade e, apesar de tudo o que dizes, vale sempre a pena viver, por que cada idade tem os seus encantamentos mesmo que por vezes ainda não queiramos reconhecê-lo. Olha, por exemplo, ficam sempre as boas amizades para recordar e compartilhar tempos ides. Um beijinho para ti.

Pena disse...

Linda e Doce Amiga:
É uma brilhante e meiga pessoa que expressa delícia e encanto.
Uma avozinha terna e sensível que vive e viverá sempre na admiração e encanto das gerações futuras.
Um Post sensível e lindo sobre vivências de outrora e de hoje.
As palavras que expressa são uma delícia, nessa atitude repleta de sinceridade e beleza pura que cativa, para com todas as avozinhas que têm sempre mais um colo afável e aprazível para mais alguém. Cabem todos.
Adorei!
Beijinhos, sim, amiga.
Deslumbra, sabe?
Sempre a estimá-la e a respeitá-la
Com muita admiração pelo que foi e é.
Sensibilizado...!!!


pena

Isamar disse...

Papoila

Passei para te deixar um abraço com aquele brilhozinho nos olhos. De uma avó que começa a ter as primeiras rugas.

Beijinhos

Elvira Carvalho disse...

Amiga, de alguém que não é avó, mas que tem idade e rugas suficientes para pertencer à classe.
Gostei muito do seu texto. E com um brilhozinho nos olhos, recordo o muito que ficou para trás e sonho com o que ainda virá.
Um abraço e bom fim de semana

Isamar disse...

Passei para te deixar um beijinho e desejar um bom fim de semana.

Sonia Regly disse...

Amiga,
Cheguei até aqui através do Blog do amigo Pena. Vim te convidar para conhecer o Compartilhando as Letras, sua visita muito me honrará.Beijinhos.
www.compartilhandoasletras.blogspot.com

quanto pesa o vento? disse...

lindo!
divino!
majestoso!

abraço.

Anónimo disse...

Olá:)
Tenho andado muito ausente,mas hoje tirei um pouquinho para colocar em dia a leitura de alguns blogs que me deixam sempre saudosa;)
Beijos

Anónimo disse...

Linda Papoila só um pouco enrugadas, por fora, que dentro o amor é sem tamanho, no aprendizado que a vida nós deu...

Beijito terno

Anónimo disse...

Oa anos passam, pesam e envelhecem-nos. Não vale a pena dizer que a idade do BI é anganadora, e que embora já passados os cinquenta o sessenta somos tão jovens como éramos ao 20 anos. Pois sim, e vamos lá convencer os ossos a alinharem nessa conversa. Mas uma coisa é certa, os anos podem envelhecer-nos, e envelhecem, mas continua dentro de nós, pelo menos um pouco da criança e dos jovens que já fomos. Ossos à parte. Um beijo grande querida Papoila.

Anónimo disse...

Papoila querida

De todas as vezes que vim aqui ler tuas coisas tão ricas... como não sei como és pessoalmente, nunca havia pensado em idades sabe... acho que suas palavras poderiam ser de qualquer idade, o que escrevemos vêm do coração e este não têm idade!

Muitos beijinhos
Nana