terça-feira, setembro 01, 2009

"Jesusalém", leitura de Setembro

Jesusalém”, o último romance do escritor moçambicano Mia Couto foi considerado pela Caminho como “a mais madura e mais conseguida obra de um escritor no auge das suas capacidades criativas”. Quando Dordalma morreu, Silvestre Vitalício considera que o mundo acabou, abandona a cidade e refugia-se com seus dois filhos Mwanito e Ntunzi, e o seu criado Zacaria Kalash nas ruínas que restam de uma antiga coutada há muito deserta. A história é-nos narrada por Mwanito que necessita escrever e usa cartas de jogar para as suas anotações. Quando Vitalício deu o nome de Jesusalém à sua nova morada decretou que do Lado-de-Lá existiam apenas territórios sem vida enquanto ali onde viviam não havia senão vida sem saudade nem esperança… apenas gente… é pois uma história de solidão… e de personagens que a habitam… Um romance com a magia a que nos habituou Mia Couto, uma leitura que nos prende desde início.
Começa assim:
“Profundamente abalado pela morte da mulher, Dordalma, aquela que era ‘um bocadinho mulata’, Silvestre Vitalício afasta-se da cidade e do mundo. Com os dois filhos Mwanito e Ntumzi, mais o criado ex-militar Zacarias Kalash, faz-se transportar pelo cunhado Aproximado para o lugar mais remoto e inalcançável.Aí, numa velha coutada de caça em ruínas, funda o seu refúgio, a que dá o nome de Jesusalém, porque a vida é demasiado preciosa para ser esbanjada num mundo desencantado”.
A prosa poética de Mia Couto, ajuda sem dúvida a que este nosso mundo ganhe novo encanto…

Jesusalém , Mia Couto, Editorial Caminho, Lisboa 2009
Boa Leitura!
Beijo Meu para Ti!
BEIJOS!!!

15 comentários:

Mare Liberum disse...

O mais recente presentinho que me ofereceram foi este livro. Comecei a lê-lo ontem e, como sempre, estou deliciada.Mia Couto renova a língua a cada momento, inventa, reinventa e é sem "dordalma" alguma que o lemos.

Beijinhos

Bem-hajas!

Pena disse...

Maravilhosa Amiguinha.
Um texto profundo envolvente e assinalado como pertinente na sua deliciosa significação.
"...A história é-nos narrada por Mwanito que necessita escrever e usa cartas de jogar para as suas anotações. Quando Vitalício deu o nome de Jesusalém à sua nova morada decretou que do Lado-de-Lá existiam apenas territórios sem vida enquanto ali onde viviam não havia senão vida sem saudade nem esperança… apenas gente… é pois uma história de solidão… de personagens que a habitam… Um romance com a magia a que nos habituou Mia Couto, uma leitura que nos prende desde início..."

Adorei, terna e doce amiga enorme.
Deu vida ao escritor extraordinário Mia Couto.
Um Livro que já assinalei.
Com gigantesca estima e imenso respeito.
Beijinhos amigos...
Sempre a admirá-la e a lê-la com atenção pela preciosidade humana que é.

pena

É perfeita, fabulosa Amiga.


pena

Peter disse...

Olá Papoila!

A praia por aqui está óptima: sem vento e água do mar entre os 23 e os 25º. Vou ficar por cá até ao dia 12.

Esse livro do Mia Couto está nos meus planos, para quando voltar a Lisboa. Entretanto delicia-te com esta citação:

“O último voo do flamingo”

“Para si, meu filho, para si que estudou em escola, o chão é um papel, tudo se escreve nele. Para nós a terra é uma boca, a alma de um búzio. O tempo é o caracol que enrola essa concha. Encostamos o ouvido nesse búzio e ouvimos o princípio, quando tudo era antigamente.”

Abraço amigo,
Peter

Deusa Odoyá disse...

OLá minha amiga Papoila.
Um lindo texto.
Parabéns...
Uma semana repleta de muitas realizações e paz.
beijinhos doces.
Regina coeli.

helia disse...

Uma boa sugestão de leitura. Aprecio muito Mia Couto e ainda não li este seu romance, que espero ler em breve

Zé Povinho disse...

Vim de férias e coloquei a leitura mais ou menos em dia, mas este título não constava dos "atrasados" ainda que lé estivesse um título deste autor, meu antigo colega de liceu e adversário nas discussões aos intervalos.
Abraço do Zé

... disse...

As tuas palavras deixaram-me a curiosidade aguçada, especialmente porque estou a tentar digerir um livro, pesado EM TODOS OS SENTIDOS (As Benovolentes) e já apetecia ler uma coisa diferente

Pluma(PrincesaVirtual) disse...

Já o registei para futuras leituras.

Beijosss Papoilita :)

Agulheta disse...

Querida amiga.Num breve momento venho visitar um espaço amigo e belo como sempre,onde a leitura é sempre motivo para o despertar e ler.
Beijinho de amizade

PG aka Scorpion disse...

Escritor já consagrado no panorama nacional e não só..acredito plenamente que deve ser uma bela história ;)

Vim cá deixar um beijito

yours trully

PG

Monica Silva disse...

Como tudo tem um principio, meio e fim, este meu blog teve um fim. Não um fim para encerrar, mas sim um fim de postagens. Tenho outro, é recente e parecido com este.

Quem me quiser continuar a "seguir" e a ter notícias minhas, podem-me adicionar: http://desabafosdumavida.blogspot.com/

Beijokas

rendadebilros disse...

Que interessante: é a minha próxima leitura agendada, ( já ali está à espera) seguida de OS Anagramas de Varsóvia, de Richard Zimler. Obrigada por estas óptimas pistas e pela escolha da música de que acompanhas os teus posts...
Beijos. Bom fim de semana.

mixtu disse...

um dia tenhoq ue ler mia couto

jerusalem, foi-me apresentada em Murano... quedei a saber que é a cidade mais segura do mundo...
um dia vou lá,

abrazo serrano

Å®t Øf £övë disse...

Papoila,
Sempre que leio um livro de Mia Couto, fico profundamente fascinado.
Bjo.

Akhen disse...

Ler Mia Couto é caminhar dentro de uma surpresa.
Do que tenho lido de Mia Couto, há um pequeno poema que, para mim, é um convite à descoberta do desconhecido:
Permito-me deixá-lo aqui.

ESTRADA DE TERRA, NA MINHA TERRA

Na minha terra
há uma estrada tão larga
que vai de uma berma à outra.

Feita tão de terra
que parece que não foi construída.
Simplesmente descoberta.

Estrada tão comprida
que um homem
pode caminhar sozinho nela.

É uma estrada
por onde não se vai nem se volta.

Uma estrada
feita apenas para desaparecermos.

Maputo, 2006

Este poema leva-nos a uma viagem pelo nosso imaginário e deixa-nos a pergunta:
O que estará para lá do fim da estrada por onde desaparecemos?

Paz e Luz no seu caminho.