A noite de São João desde a Idade Média que é considerada mágica.
Por todo o País, se criaram lendas de raiz pagã em volta da noite de São João, ligadas aos cultos do Sol e do fogo e às virtudes das ervas bentas, ao orvalho, às fogueiras, e à água dos rios, das fontes e do mar. É nas ruas do Porto, o seu maior festejo... As pessoas passeiam o alho-porro, os martelos de plástico, compram manjerico e comem sardinha assada... É com uma sardinhada e um bom caldo verde que começa a festa!
Fazer subir balões confeccionados com papéis de várias cores que passeiam no ar como sóis iluminados sob o impulso do fumo e o calor de uma chama de uma mecha de petróleo ou resina, tem a sua técnica... Ninguém cumpre com a proibição de deitar balões na noite de S. João… E o cheiro a gente, a manjerico
e erva cidreira, enche a noite de 23 de Junho no Porto. Expande-se do coração, e sobe ao ar como fogo de artifício para iluminar a noitada...
Corre-se para a Ribeira para ver o fogo de artifício, todos os anos à meia-noite em ponto, e depois, a festa espalha-se pelos quatro cantos da cidade e termina ao nascer do sol.
As rusgas de São João correm de bairro em bairro, de freguesia em freguesia. As ruas mais centrais, nessa noite, e até ao nascer do sol, apinham-se de gente e aparecem à venda as ervas santas e plantas aromáticas, principalmente o manjerico, a planta símbolo por excelência desta festa e também o alho-porro (infelizmente a ser substituído pelos martelinhos de plástico), os cravos e a erva-cidreira. E para espantar o cansaço vai -se parando nos bailaricos de bairro, salta-se a fogueira um número impar de vezes, no mínimo de três, para se ter sorte todo o ano, e pára-se nas tasquinhas que se espalham pela cidade!
No Porto, pelos santos populares de Santo António a S. Pedro, fazem-se as Cascatas de S. João (colocam-se as imagens dos Santos num altar, o S. João em destaque com o seu inseparável carneirinho, e um sem fim de elementos e figuras que simbolizam a festa, e onde não falta a banda de música). Servem de disputa entre freguesias e bairros num concurso de homenagem ao santo padroeiro.
Manda a tradição que a festa termine com um banho de mar na Foz, e que se veja o Sol raiar na praia!
AS RUSGAS DE S. JOÃO
Na noite de S João
vamos todos pr’a folia
lá vamos de mão na mão
para a festa até ser dia.
As saias, lançadas
por ancas brejeiras,
voam desgarradas
no ardor da fogueira…
Pernas torneadas,
são belas de ver.
Não param, não cansam;
e pulam, e dançam
sem esmorecer…
Lançou - se um balão!
Dou-te um manjerico…
Quero a tua mão,
lá no bailarico.
Os moços ligeiros,
são leves, nervosos…
Têm olhos matreiros
e jeitos dengosos.
As faces, em todos,
reluzem prazer
honestos os modos,
mas os corpos a arder…
Os braços se erguem,
em arco no ar
repuxam, emergem
os peitos a arfar...
Vai tudo em remoinho,
tudo em rodopio.
São alhos, são cravos,
e pernas... e braços...
Lá vão pés a fio
Grande é a alegria.
Rapazes dançai !
E moças também.
A noite gozai...
Que o dia, lá vem.
Aproveito para festejar os três meses de blog completados a 13 de Junho, e as 5000 visitas já alcançadas. Muito obrigada a todos que fazem o favor de ser meus amigos.
BOM S. JOÃO!...
BEIJOS
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