quinta-feira, março 01, 2007

Peter Pan e o Feitiço Vermelho

Cem anos depois, a Editorial Presença publica "Peter Pan E O Feitiço Vermelho", a continuação oficial de "Peter Pan", escrito por Geraldine McCaughrean, que capta na perfeição a essência da criação de J. M. Barrie, pois embora separados por um século unem-se pela inspiração.
A autora possui 139 obras editadas, e venceu por três vezes o Whitbread Children's Book Award por adaptações de clássicos para a infância.
Os Meninos Perdidos que tinham seguido Peter Pan até à Terra do Nunca resolvem lá voltar 20 anos depois adultos, e respeitáveis chefes de família, pois através dos sonhos suspeitam que algo de mau está a acontecer. Descobrem, que o Verão eterno que caracterizava a Terra do Nunca se transformou em Outono, e que Peter Pan trocou a roupa de tons verdes por vestes outonais. No entanto embora fisicamente metamorfoseado, Peter Pan continua a ser um sonhador inveterado que se refugia no mundo da fantasia. É também revelado o destino do terrível Capitão Gancho depois de ter sido devorado pelo crocodilo.
“Quando lá chegam, encontram a Terra do Nunca completamente mudada. Mais fria, mais perigosa e mais assustadora do que antes», afirma Geraldine McCaughrean. A autora cria um cenário totalmente novo, com uma linguagem imaginativa, humorada e divertida. O resultado final recebeu o aplauso da crítica internacional, em meios de comunicação social como a BBC News, Channel4, Times, Barnes&Noble, Buchreport, entre outros.
A primeira reacção ao livro foi a dos leitores que logo nos primeiros dias, colocaram Peter Pan E O Feitiço Vermelho nos lugares cimeiros da tabela de vendas de bestsellers do Reino Unido e Estados Unidos da América. Ocupa também lugar cimeiro nas vendas do site Amazon nos dois países. Mais do que a voar das prateleiras, Peter Pan E O Feitiço Vermelho voou por todo o mundo. Os comentários da crítica especializada foram unânimes em considerar que Geraldine McCaughrean soube respeitar o legado do autor original, introduzindo novos elementos que permitem uma nova leitura da obra que preenche o imaginário de milhões de pessoas desde 1902.

“Uma música obcecante, ansiosa, vinha flutuando até eles na brisa. A primeira coisa em cada manhã, a última em cada anoitecer, o som do clarinete de Slightly alcançava-os vindo do seu desterro. Compreenderam que Slightly fizera mal ao crescer e queriam afastá-lo dos seus espíritos, como Peter dissera que deviam fazer. Mas é difícil esquecer alguém que se encontra à distância de ainda o podermos ouvir.
A progressão tornava-se mais difícil. Os pinhais tinham dado lugar a meros troncos, uma paisagem de paus nus, tão destituídos de folhas e de vida como mastros de um navio num banco de areia. O autor do mapa chamara àquele local o Deserto Sedento, o que estava obviamente errado. Porque não era de modo algum o deserto que estava sedento, mas quem quer que por ele viajasse. Não havia lagos nem rios de onde beber e, ainda mais com o sal nos seus jantares, a Companhia de Exploradores tinha a boca ressequida. Peter fora à frente tentando encontrar uma fonte ou um ribeiro. E uma vez mais o vento trouxe até eles a música de Slightly.
- O que lhe irá acontecer? – inquietou-se Wendy.
Estava apenas a pensar em voz alta, mas Ravello ergueu os olhos do seu trabalho, limpar as botas de Pan, e respondeu-lhe.
- Sem dúvida alguma, miss, vai tornar-se num dos Rugidores, andando por aí desvairado e sem destino, alimentando-se de pratos de vingança fria.
- Gaaa – fez um dos Gémeos. – Isso é como quê, pudim de arroz?
À falta de graxa, Ravello cuspiu na bota e deu-lhe lustro servindo-se da cauda do seu informe casacão.
- Não, não é bem isso, patrão Darling. Nunca ouviu dizer que “A vingança é um prato que se come frio”? É claro que as bruxas podem apanhá-lo antes disso.
- Quem são os Rugidores? – quis saber John, temendo por momentos que Slightly pudesse divertir-se mais com eles que com os Exploradores.”

In Peter Pan e o Feitiço Vermelho, Geraldine McCaughrean, ilustração de David Wyatt, tradução de Carlos Grifo Babo, Editorial Presença, Lisboa, Dezembro de 2006, pag: 122/123 de 238

Vem aí a Páscoa, fica esta sugestão para pequenos e grandes...
BEIJOS!!!

8 comentários:

o alquimista disse...

Noite, companheira na viajem ao fundo do lago azul procuro um anjo que veio dos mares do sul...

Doce beijo

Mikas disse...

Acho que só quando tiver filhos me volto a interessar por essas histórias :-)

Isa e Luis disse...

Olá amiga,

Boa escolha,

Obrigada pela sugestão.


Um optimo fim de semana vestido de azul e bordado a ouro.

Beijinhos muitos

Isa

adc disse...

A fantasia alimenta o meu ser, também!
Os meus adoráveis dezanove irão adorar essa aventura...
Neste momento, aterrámos no deserto com o principezinho.
Bjs

adc

http://poemasdesarrumados.blogspot.com
http://primeirasletras.blogspot.com

eudesaltosaltos disse...

Por acaso agr n tnh lido mt... mas fica uma sugestao... bj

Flor de Tília disse...

Ler! Uma forma de sonhar e de viajar que vai deixando de ser tão barata quanto isso. Mas , afinal, quanto não damos nós para voar, sonhar, viajar...
Beijos

david santos disse...

Olá!
"Sentir no teu regaço, não o coração a bater, mas a inflamar."
Bom trabalho. Parabéns

Jorge P. Guedes disse...

Obrigado por uma sugestão que me parece excelente. Sonhar é, também e sempre, preciso!

Um bjnh.
jorge G - O Sino da Aldeia & outros